Assunto: Grandes
Opções do Plano e Orçamento para 2013
Exmº Senhor;
No cumprimento ao nº 3 do artigo
5º da Lei 24/98 junto remeto a V. Exª a análise da Comissão Política Concelhia
de Elvas do CDS/PP às Grandes Opções do Plano e Orçamento para o ano económico
de 2013.
Começamos por lamentar que a
cultura democrática no nosso concelho não tenha permitido até hoje colocar
qualquer proposta da oposição no orçamento camarário, ao invés tem sido
sistematicamente utilizada a técnica de recusar qualquer contributo e mais
tarde apresentar as mesmíssimas ideias como se de o PS/Executivo Camarário
fossem. O caso mais recente diz respeito ao ano passado onde o CDS entre outras
coisas apresentou a proposta de recuperar
as capelas dos Passos de Elvas, a ideia foi recusada e no entanto eles ai
estão em plena recuperação para que todos possam ver!
Entendemos há muito tempo que a
Câmara deve abandonar as grandes obras públicas que são por norma entregues a
empresas forasteiras e deve dedicar-se a lançar
pequenas obras a entregar a construtores locais. Disso demos conta num
postal onde apresentávamos a nossa candidatura à Câmara de Elvas e notamos que
o efeito foi imediato, desde o lançamento do postal a Câmara já lançou 3 (três)
obras em exclusivo para empresas de Elvas!
No capítulo dos impostos diretos
temos o Imposto Municipal sobre Imóveis e o CDS lamenta que, atendendo aos
valores em causa, a Câmara de Elvas não
tenha atendido ao alerta feito em Assembleia Municipal pelo deputado municipal
Tiago Abreu sobre a isenção de IMI para casas no centro histórico ao abrigo da
classificação de património da humanidade.
Quando o município concorreu à
classificação da UNESCO sabia que num processo destes há a vertente positiva e
a negativa sendo sem qualquer dúvida a parte positiva muito superior à
negativa. A perda de receita do IMI fruto da classificação será recuperada com
outros benefícios indiretos que decorrem de sermos património mundial.
Realçamos o facto de, num ano de
crise financeira, a Câmara de Elvas ter obtido por parte do governo uma transferência de fundos igual aos do ano
passado.
Lamentamos que no ano de 2013,
onde se realizarão eleições autárquicas, a Câmara preveja uma verba destinada a
uma revista chamada de “20 anos de poder local”. Ora tratando-se de um balanço
entende o CDS de Elvas que devia ser emitida no final do mandato e não antes
pois a ser lançada antes das eleições autárquicas pode vir a beneficiar o partido que está no poder, sendo que tal não é
democraticamente justo uma vez que será paga com dinheiro dos contribuintes.
Continuamos a realçar e a
evidenciar os elevadíssimos custos de manutenção das infraestruturas do
concelho, só para o Coliseu de Elvas a
Câmara tem previsto gastar mais de 300.000 euros!
Lembramos ainda que o ano de 2013
será de eleições autárquicas. Lembramos que no último ano de eleições
autárquicas, ou seja, em 2009 a Câmara patrocinou um “palco jovem” no São
Mateus destinado às bandas de Elvas. Lembramos que nos anos seguintes não
existiu palco jovem. Uma vez que voltaremos a ter eleições e esse parece ser o
critério do Município seria positivo que
voltasse a Câmara a apostar no “Palco Jovem do São Mateus”.
Quanto às bolsas de estudo
achamos que mais vale tarde que nunca. Tem sido proposta nossa ao longo dos
últimos anos esta questão e realçamos o facto de elas só virem a existir no
último ano dos 20 anos de mandato de Rondão Almeida!
Como facto positivo temos a
apontar o apoio social nas suas
diversas vertentes, prestado pelo município. É de continuar e se possível de reforçar.
Uma questão muito concreta divide
as opções tomadas por este município e a comissão política de Elvas do CDS/PP e
diz respeito concretamente à substituição da iniciativa privada por parte da
Câmara. É de realçar que a Câmara o faça quando existe manifesta carência no
concelho, já não é de realçar como é
motivo de crítica quando a Câmara faz concorrência a todos aqueles que investem
e criam emprego no nosso concelho. Quer seja de forma direta quer seja sob
a forma de susbsídios entregues a associações que fazem concorrência direta a
empresas do concelho!
Não pode por isso o CDS de Elvas
concordar com o designado “ginásio sénior” que a Câmara se propõe fazer na
Praça da República. Já elogiámos o facto de ser uma empresa de Elvas a fazer as
obras e não é isso que está em causa, o que está verdadeiramente em causa é que
em Elvas existem ginásios devidamente credenciados, que pagam impostos e criam
empregos em Elvas. Não cabe à Câmara
fazer concorrência aos ginásios existente. O que faria o CDS? Abriria um
concurso em que participariam todos os ginásios de Elvas que entendessem e
entregaria a ginástica sénior a quem apresentasse melhor preço/hora. Seria
bem mais barato ao erário público e deixaria o dinheiro dos nossos impostos nos
empresários que teimam em criar emprego em Elvas! Esta é para nós uma questão de princípio.
Queremos ainda deixar escrito que
como é público nos congratulamos com o reconhecimento de Elvas como património
da humanidade, louvamos o trabalho da Câmara através sobretudo da vereadora
Elsa Grilo. Agora o reconhecimento da
UNESCO não é um fim em si mesmo mas um princípio. Não é aceitável que os turistas encontrem igrejas fechadas, mas mais
inaceitável é que encontrando-as abertas estas se encontrem em péssimas
condições!
Tivemos ocasião de visitar as
igrejas das Dominicas e dos Terceiros e o que vimos é a todos os níveis
lamentável, infiltrações, património degradado e a degradar-se, pombos, chuva
nos altares, enfim, uma verdadeira tragédia o que se passa em algum do nosso
património religioso. Responderá a Câmara que não é dona de tal património e
está mais que certa, mas concordará a Câmara que o estado de algumas igrejas prejudica a imagem que os turistas podem
levar da nossa cidade e o mais importante no turismo, mais importante que
qualquer promoção televisiva é o boca-a-boca! Propõe o CDS que a Câmara reúna
com urgência com os legítimos proprietários destas igrejas e que se encontre
maneira de protocolar no sentido de acudir rapidamente àqueles espaços, o que
nós vimos é impossível de descrever em palavras!
O CDS tornou público que se
encontra já a trabalhar no programa eleitoral a apresentar aos elvenses e
portanto dentro em breve o apresentará. Ficamos por estas linhas gerais pedindo
à Câmara que seja comedida nos custos com festas e comemorações dado não só o
estado do país mas também pelo facto de ser ano de eleições autárquicas, não
deve cair a Câmara na tentação fácil de utilizando dinheiros públicos promover
de forma injusta algum dos candidatos autárquicos.
Sem outro assunto de momento, com
os melhores cumprimentos.
(Tiago
Abreu)
Muito bem.
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